quinta-feira, 6 de junho de 2013

Como Formar um Leitor Crítico?

Este post reúne os relatos sobre as experiências vividas com relação ao texto escrito. É o resultado final do trabalho realizado no Fórum de Grupos - Construindo Blogs.


Comecei a ler muito cedo, aos 5 anos lia tudo que via: folheto de mercado, papéis deixados ao alcance de minhas mãos, o que eu encontrasse. Nessa época, meu pai comprou uma coleção das fábulas de Esopo, li todos, devorei um a um com prazer. Quando terminei a leitura pedi ao meu pai que me comprasse um livro de contos de fadas, mas ele nunca o fez; dizia que essas histórias não eram para meninas como eu, era para mocinhas dependentes e inseguras. Não li Branca de Neve, Cinderela nem Rapunzel no sofá da minha casa; fui conhecê-los na escola, e mesmo me encantado com as narrativas sempre guardei as palavras do meu pai. Aos sete anos li A moreninha, Helena, Iracema, e todos os livros de literatura que tinha na estante, só clássicos da literatura brasileira. Aos oito, cansada de me ouvir pedindo algo para ler, minha mãe me entregou a lista telefônica, li quase um volume inteiro antes de conhecer a biblioteca da escola. Daí por diante não parei mais, li Marcos Rei, Agatha Christie, Sidney Sheldon, Machado de Assis, Jorge Amado, Luis Fernando Verissimo, Rubem Braga, Tolstói ...
Embora eu tenha aprendido a ler e a escrever na mesma época, a leitura sempre motivou a minha escrita, no início gostava de escrever personagens sem inseri-los em nenhuma história. Criava monstros e personagens fantásticos. Depois passei a escrever pequenas história com personagens reais do meu cotidiano: os peixinhos do meu aquário, o gato da vizinha, os cãezinhos perdidos na rua... Até os dez anos escrevia histórias para contar aos primos menores, aos amigos ou a mim mesma. Depois disso, conheci Vinicius de Moraes e Cecília Meireles, passei a escrever poesia. Tudo era tema para um poema, desde uma folha caindo no inverno à morte de alguém querido; escrever era um hobby tão delicioso quanto ler.
Antigamente, eu morria de vergonha de ler e era timida. Eu tinha medo de que os meus colegas riam de mim. O tempo foi passando, comecei a treinar a leitura em voz alta, mas em casa. Então, eu lia para os meus pais e a minha timidez foi desapareacendo e me senti mais segura na leitura oral. Até participava de concursos de poesias, coral de música e assim consegui acabar com a minha timidez. Enfim, entedi, que devo ler e compreender todas as leituras para o meu aprendizado e para me integrar na sociedade.
Talvez por isso tenha escolhido fazer Letras, por achar que estaria mais perto do mundo mágico da leitura e da escrita.
Eu sempre questiono o meu desempenho didático e algumas inseguranças, como: Como posso motivar meus alunos? Devo redefinir os conteúdos? Como fixar os conteúdos? Minha linguagem está adequada aos alunos? As informações estão sendo aplicadas na vida prática? Meu aluno está progredindo? Como posso ajudá-lo se integrar na sociedade? Qual a melhor maneira de incentivá-lo a ler? Que proposta fará dele um bom leitor? A maneira como introduzo a produção textual está apropriada? Meus colegas também têm momentos de frustração? Que tipo de jogos posso dar para que os alunos não se sintam tão cobrados? Como posso inserir a autoavaliação diante de uma produção textual? 
Essas inquietações são constantes, no entanto, sei que às vezes me acomodo na mesmice e não busco novidades para melhor desempenho de minhas aulas. Este blog, para mim, será como a sala dos professores que podemos trocar sugestões, uma ideia puxa a outra e completa um raciocínio, aproximando uns dos outros.
É válido compartilhar vivências com colegas e, futuramente, com os alunos, trocar experiências, fugir da rotina desgastante cotidiana, evitar a improvisação em sala de aula.  E quem sabe poder ajudar, estimular e colaborar com nossos colegas para que criem, elaborem e repensem no processo de aprendizagem praticado em sala de aula, confiando uns nos outros. Estando bem preparada terei, consequentemente, mais condições de oferecer um ensino de qualidade, sentindo-me realizada profissionalmente. Nessa oficina tecnológica, juntamente com colegas, elaborando o material, imaginando situações de ensino, sentirei mais confiante e possibilitando também que outros resgatem a autoestima que, às vezes, ficou perdida ou esquecida. A Língua Portuguesa por si já é bem atrevida, daí sempre assume o papel na interdisciplinaridade. 
Portanto, o maior desafio para o professor de Língua Portuguesa é, além de criar o hábito da leitura e escrita, convencer o aluno que ler e escrever não deve ser uma atividade obrigatória e enfadonha, mas um momento que traga prazer, divertimento, emoção... a quota da humanidade que a leitura proporciona como diz Antonio Candido é uma experiência que acontece com o tempo. Durante a adolescência a leitura de livros que despertem  o interesse dos alunos, como os da coleção Vaga-Lume da editora Ática, podem servir como um estímulo, um pontapé inicial para que o aluno seja contagiado pela alegria de poder  usufruir de uma boa leitura.

Autoras: 
Elisa da Mata Sobreira Felix Padilha
Fátima Bordinhão
Maíra Bastos dos Santos
Tatiana Cardoso Ferreira

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